13.2.09

A vista do vale

A trilha até aqui vencida e a imaginada coincidem no desenho. O tempo de cada qual é que não sucede ao mesmo momento. Se a coincidência é parcial, parte de mim se satisfaz e o que sobra apenas resta. Já não choro a torta que me caiu da bolsa.
Daqui até a foz de um dos vários riachos que circundam aquela baía preciso andar de alguns a vários dias. Cada riacho quer representar uma quantidade de fios de uma vasta cabeleira. Se eu chegar em dias o momento pensado será o momento atingido. Caso a hora de beijar o lago com um gole d'água tenha passado a sede me trará de volta ao caminho. Se meu cantil for negligente serei pó em pouco passo.
O tempo que caminhei até este mirante já passou da conta. Agora não importo o pé ou o andar que dista conforme vou com o menos ou com o mais que a marca gravada em meu corpo. Vale é unir o desenho do que vejo ao possível momento que sonho.
Além do lago há um horizonte que é linha. Se para o mais longo curso houver um bote, serei o pé que veio ao primeiro lago trazer a mão para remar. Se um barco houver serei a proa. A cada margem que alcanço sou recluso no desejo de absorver a vida na contemplação. Porém o quadro lembra um cheiro.
Me lanço neste vale para mergulhar na pintura. Descer por esta busca tem valido pela vista.

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