16.2.09

Sobre a chegada das falas esperadas

Vi um pinheiro muito alto.
Dois ou três quilos caídos da altura aviônica daquela copa expoente, com a força perfurante de uma pinha, num crânio desocupado de cálculos e tomado de ludicidade, trincaria a cuca de um incauto que tem na cabeça um lago de sonhos.
Uma fruta pequena despregada de seu grupo e lançada do topo do pinheiro, mostrando-se madura, faria reparo e nortearia a mente sonhadora no saber as regras determinantes à manutenção de interesses e busca de enlaces no casos quistos. A fruta poderia abastecer o corpo e contribuir para a caminhada rumo ao sensitivo chegar.
Notícias e comunicados chegados com humores apartados nas expectativas de bons ou maus presságios tendem a contribuir para a intensidade com que se recebe e sente o sim e o não ansiados.
Receber o baque de uma pinha ou o toque de um pinhão faz saber sem máscaras o real da dor ou do afeto. Por opção é talvez de se dar fé melhor ao fruto sem desdém ao cacho.
Assim, chegadas as falas esperadas, consoante o vento ou brisa das frases lançadas e o espírito sensibilizado pelo sabor da admiração passional, exulta-se na beleza ou se exalta na distância. O impacto revela os elementos do gozo ou da dor.
Que muitos frutos se lancem das copas altas. Afinal, o doce e o amargo são gostos para que se experimente. As dosagens altas é que enjoam.

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