29.6.09

Guardar armas

Fazia as vontades das suas fraquezas, despejando muito suor e muita imagem a cada feito. Corria entre os dias levando ao peito o distintivo da fome de quem quer tudo o que vê. Apresentava-se aureolada com a impassividade de quem crê lutar pelo que vai transformar o cosmo. Era uma pessoa comum.

Agarrado ao seu calcanhar, dando pouco vulto da presença, seguia com ela um monstro. E ele crescia com o sangue que lhe sugava. As armas do predador eram aquelas que a presa utilizava para seus intentos, sem saber ao certo de onde vinham.

Quando a vítima se propunha arrancar o monstro de seu calcanhar, usava das ferramentas criadas por ele. Assim é que ele crescia, pois seu desenvolvimento carecia de importância. Quando esquecia do que lhe era externo e lembrava-se de respirar, suas forças pareciam infinitas e as do algoz sucumbiam.

Vida difícil para quem ao se debater alimenta o monstro que o devora. Vida tensa para quem assiste.

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