tag:blogger.com,1999:blog-35780567684017330452024-02-07T01:24:29.681-03:00Fernando Reclamando em Prosa e Versoprosa e verso, conforme soar ao ouvido de quem lêFernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.comBlogger128125tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-76186400162195118302012-10-31T22:57:00.002-02:002012-10-31T22:57:41.404-02:00Mudando o endereçoEstou migrando meus blogues e perfis para um único lugar.<br />
<br />
Assim, esse blog continua por um tempo disponível aqui, depois se unirá a outros dois em:<br />
<br />
<a href="http://www.fernandoproseando.blogspot.com/">Quando estou prosa, verso, ato, grito</a>. (www.fernandoproseando.blogspot.com)<br />
<br />Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-21415891741190181952012-10-17T03:04:00.004-03:002012-10-17T03:04:38.951-03:00Fraternidade - Um sermão na capelinhaA igrejinha de 1772, não é sede e sim capela. Por isso nem sempre tem padre lá dentro. As tardias beatas da vila, os novatos carismáticos, o povo de sempre e um padre puxando a celebração. Ocorre que o velho era já nada novo e anunciava a aposentadoria. Por acaso fui à missa naquele dia, já andava enjoado de ir uma vez por ano, acumulei mais uma ida, 2009 já contava com três ou quatro visitas minhas. Lá dentro é geralmente mais quieto que fora.<br />
O que vale do causo é o seguinte:<br />
Ninguém compreendia o sermão. O padre falava, olhava para todos e só encarava um punhado de gente fazendo cara de paisagem, porque entender mesmo, necas de pitibiriba... Antiga vila que derretia baleias inteiras para extrair o seu óleo, produto que precede a civiliação e possibilitou a luz elétrica e até os blogs e computadores, pela sua ousadia e riqueza a Armação do Pântano do Sul possuía uma capela mais igrejinha que as capelas de outras vilas. O padre mais ia até sede do conselho, menos até a capela, números. Ele contava o que pensava sobre as coisas inventadas pelo homem e o que era criado por Deus, mais importante segundo o padre. Eu meio que sorria e vez por outra olhava também pelo entorno, sorrindo, achando graça, essa que se acha quando algo verdadeiro acontece e nos aclara as ideias. Tentava um assentimento, um compartilhamento. Mas pro meu ver também só mostravam paisagens estampadas na cara. Só o padre, já que a capela que é igrejinha deixa a gente perto, vez por outra me olhava e, entendimento meu, esboçava um sorriso aliviado, como quem pensa que dois ou três estão entendendo e então já valeu a missiva.<br />
Sem muito falar com o peso de palavras sérias de pai, mais com dizer de prosa, de conversa na sala, o pai emprestado desdizia um punhado de coisas, quase todas as coisas que padres sempre dizem, que a igreja sempre diz. Trocava tudo por um conceito, qual seja: <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fraternidade">Fraternidade</a> <br />
Assim falava ele.<br />
Cantar não é preciso, nem baixo, nem alto. Isso é a parte da festa, da celebração. O homem inventou isso, não foi Deus, Ele não precisa disso e nem está preocupado com o canto, isso não muda nada. Rezar, também não precisa, não muda nada. Se rezar fizer bem, faz a você, Deus não precisa de reza. Pedir, suplicar, fazer promessa... nada, coisa inventada pelo homem. Deus vê tudo, você não precisa avisar a Ele. Tua religião não importa, o homem criou as religiões, Deus não está preocupado com a tua religião. Vir a missa, não precisa, pode ficar em casa, missa é invenção do homem, Deus não criou a missa. Se você tem mais facilidade de se acalmar, de apaziguar a alma estando na igreja, com outras pessoas, rezando e cantando para se sentir perto de Deus, ótimo, venha. Gosta de outro tipo de templo, ou de casa. Gosta de outro tipo de celebração, vá, ou não vá. Isso não importa. Mas Deus não vai te dar algo em troca por isso, isso não vai te salvar ou condenar, não há nenhuma importância nisso para Deus, só para você... e assim é tudo que cerca o que você vê aqui, inclusive eu.<br />
Naquela missa a igreja estava lançando a campanha da fraternidade do ano de 2009 cujo lema era Fraternidade e Segurança Pública. Programações e coisarada que envolvem esse evento anual católico. E o padre, que ia se aposentar, talvez motivado por isso, já que os chefes não poderiam mais lhe encher os pacovás, perdoava a gente de tudo, livrava de tudo. Fraternidade, só isso. Nenhum dogma, nenhuma doutrina, nenhuma obrigação para seguir. Fraternidade, segundo o padre, o único mandamento vindo de Deus. Nenhum outro mandamento, só esse. Frizava, único. Todo o resto, segundo o padre, inventados pelo homem. Podem até ser bonitinhos, mas completamente humanos, desnecessários para Deus. Encerrou o sermão olhando para os fiéis, geralmente infiéis e quase sempre com cara de paisagem dizendo que, qualquer um que estivesse por ali, incluindo os músicos, ou que sentisse alguma obrigação de rezar, confessar e essas coisas que são da igreja para ter a sua salvação, podia ir para casa tranquilo, pois nada disso afeta a Deus, nada.<br />
Fraternidade.<br />
Fiquei feliz, abençoado, livre. Terminou a missa. Deus continua lá e eu cá. Um dia a gente se encontra.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-67242943204079458612012-06-11T23:34:00.001-03:002012-06-11T23:41:23.237-03:00Existir é sina do que pensa.<div><p>Sofrer é a prática do existencialista <br>
este nunca será senão uma alma <br>
que vê gotas cadentes nos céus futuros <br>
encerrando amizades e amores <br>
no porque sempre simples de ser um fato. </p>
<p>Inexorável é o todo já determinado<br>
nem que se rasgue aquele que existe<br>
vive sofrido até a felicidade<br>
finda a vida no repouso após o gozo <br>
aceita o retrogosto dos fins amargos.</p>
<p>Existir é enfim sofrer a arte<br>
de tentar por fim sempre sorrir.</p>
</div>Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-18980429475361622952012-05-10T20:57:00.000-03:002012-05-10T20:57:07.799-03:00Fado<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O menino encontra o tio, aquele tio mais querido que os outros tios, o tio que ele curte encontrar porque , sei lá, tem um jeito diferente dos outros tios. Puxa o tio veio e como é legal estar com ele. Passa o dia, tem aquele circo na cidade, há uma semana que o circo está ali. Que vontade de ir ao circo com, com, com o tio querido, porque é mais divertido ou simplesmente o menino acredita que o tio compreende melhor ele, tem alguma coisa a mais nele, faz bem ao menino. O tio se diverte, gosta do sobrinho, curte sair ou tocar violão pra ele. De repente um 'hei tio, me leva para o circo?'. Eles sabem que o circo vai voltar, talvez não o mesmo, mas outro, o menino sabe que existirão muitos momentos para ir ao circo, mas a ideia de ir naquele dia, com o tio, naquele circo que nem é tão especial, é uma alegria que se constrói no coração do menino. O tio aceita, acha legal. O menino sonha e deixa o dia seguir, está feliz com as coisas simples e realmente importantes na vida dele, como comer a pipoca antes do circo, mesmo que não seja tão boa como a da sua mãe e ele não é tão apaixonado assim por pipoca. O mundo vai seguir girando depois que forem ao cinema, antes também, se acontecer alguma coisa e não der para ir, tudo bem, essas coisas acontecem. Final do dia o tio vem até ele, que sorri com o espírito elevado, outra vez passa a mão na cabeça dele e diz 'to indo pra casa, depois a gente se fala, tchau'.</span>Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-54852598261266866312012-04-17T03:28:00.000-03:002012-04-17T03:28:03.766-03:00Boa noite ao longeCobre-te de sonhos<br />aquece tua pele em sonhos<br />me leva visitar teu jardim dos sonhos<br /><br />Até que meu sono faça presente teu último beijo<br />e a boca não deixe de sentir teu último beijo<br />na noite que encobre teu último beijo<br /><br />Meu sono caminha<br />é silente andejo e caminha<br />pelos Peris que margeiam a lagoa caminha<br /><br />Que a margem sejam somente o limiar do reencontro<br />a respirar teus brilhos de olhar no reencontro<br />pois teu, amado, viajo e te reencontroFernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-36447432096906124842012-04-09T22:15:00.000-03:002012-04-09T22:15:01.851-03:00Lua cheia<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPA_3BwBnkjDIPpNxkfjDjsJg9TL06Ep-n9QyBZVnuUojSl3iGuMNuHaG9-8RHrr75kDJGq-4Nh9l_67BpInbK7ixv8Vfl4zHVXyvCuVTs7arRta0wLUi5Ih33nx43iFED_rc-Y3Rku0D7/s1600/2012-04-07_20-46-59_HDR+a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="151" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPA_3BwBnkjDIPpNxkfjDjsJg9TL06Ep-n9QyBZVnuUojSl3iGuMNuHaG9-8RHrr75kDJGq-4Nh9l_67BpInbK7ixv8Vfl4zHVXyvCuVTs7arRta0wLUi5Ih33nx43iFED_rc-Y3Rku0D7/s200/2012-04-07_20-46-59_HDR+a.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Shams Keiir</td></tr>
</tbody></table>
É noite. Isso vemos todos os que estamos no lado da terra que não é dia, simples assim, claro. Porém aqui no meu pedaço de mundo está nublado. Tanta nuvem forra esse teto que chamo meu espaço, que a lua linda, brilhante, completa e irradiante de luz não se mostra para mim. Nem por isso ela me deixa só ou numa vida sem cor. Sei que em minha existência ela vai brilhar, isso me faz crer que sou feliz. Em teu espaço, atrás de uma cortina chamada distância que me impede de te ver agora, minha amada, você ainda me faz crer que sou feliz.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-21102073684376866862012-04-05T21:51:00.001-03:002012-04-05T21:51:37.228-03:00Confissão de temporalExistem -se penso, logo...- momentos em que a precedência de eventos naturais, por conseguinte obras donas de si e maiores que nossa força, moldam intenções de movimento. A vontade de acudir, no sentido de proteger pessoas que povoam nossas melhores vontades de permanência e de se acolher nelas ou com elas, cresce com a ampliação das percepções extra e sensoriais provocadas por grandes transformações ambientais. Sonhando assim, num prelúdio de ventania atemporal, vi:<br />
<br />'O vento soprou o cinza sobre minha casa, as folhas de bananeira roçavam o telhado num dizer de telégrafo rápido e preciso que despertava a atenção. Entre as pessoas que se agruparam em minha mente nos seus rumores e tipos de ser, estava você. Te vi com olho de foco perfeito, mesmo distante de mim te sabia cada linha de expressão. Por ser sonho real aceitei que o balé enérgico das ondas nem sequer te lançavam névoa. Com uma âncora firme presa a balsa que te deixara ainda mais sinuosa, tapetes macios acariciando os pés, cobertores e almofadas aqueciam esse teu canto. Num sorriso combinado com um olhar de quem espreita e, feminina, mira seu querer, me fizeste um convite para repousar em teus braços. Comemos amêndoas doces.'Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-90082907461317409842012-03-07T23:04:00.001-03:002012-03-07T23:04:26.806-03:00A espera do orvalhoÉ para ser notório<br />
de mim para meu ver nem que seja<br />
Que você quando não é aqui<br />
me murcho<br />
<br />
Ah! seio de amar ido tão longe<br />
faz sentir tua vontade de mim<br />
sem que minha boca te toque <br />
nem que eu te beba<br />
<br />
No assim de enquanto vou provando o intervalo<br />
porque não sei bem guardar o passado da presença<br />
Os preenchimentos me causam dependência<br />
e preso nas palavras, sem fim ou teor, aumento os versos<br />
<br />
O véu do desconforto<br />
farfalhando com sinal bandeira<br />
disse que teus sonhos foram contigo<br />
e sou só num imaginar solitário<br />
<br />
Sei porém que basta o orvalho<br />
de um Olá! solto em tua voz<br />
para fazer do eu folha em tom amarelado<br />
um canteiro todo de cravos vermelhos <br />
<br />
Teus pés são a massagem das minhas mãos<br />
Em todo quando vou para ti de peito aberto<br />
Caminho sem pestanejo e antes de ir te chamo<br />
Não sei o que não sou e sendo o que sou eu te amo! <br />
<br />Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-83520074037613630112012-02-22T21:16:00.001-02:002012-02-22T21:16:26.508-02:00A construção do eu, mas só o meu.Algumas preferências ditam muitas reações.<br />
Nem todas as ações refletem.<br />
Um passo para trás pode levar muito para trás.<br />
Acredito que creio, ou seja, não creio.<br />
Sou um produto que está no meio.<br />
Um idéia guardada não fede nem cheira.<br />
Frases curtas evitam <i>delongas</i>.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-32435592919354012982011-12-27T13:53:00.000-02:002011-12-27T13:53:25.858-02:00IntervalosHá tempos que são não<br />E de não serem de ser<br />Nem querem ser espaço ou oração<br /><br />Há tempos que não são<br />E de não serem de ser<br />Nem querem ser sós ou solidão<br />
<br />
<br />
Há tempos que são não<br />
E de serem de não ser<br />
Querem ser tempo ou gratidão<br />
<br />
<br />
Há tempos que não são<br />
E de serem de não ser<br />
Querem ser todos ou multidão<br />
<br />
<br />
Há tempos que são<br />
Há tempos que não<br /><br /><br />*Inspirado no estudo filosófico de Marcio PaludoFernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-82497968703514616402011-11-22T19:57:00.001-02:002011-11-22T20:04:39.985-02:00xô - uma oração de despejová-se de ré<br />
suplício indolor<br />
sulcado na fé<br />
de um sem amor<br />
<br />
some de mim<br />
querer sobre-humano<br />
qual noite sem fim<br />
de um dia insano<br />
<br />
corre pra longe<br />
vilã da leveza<br />
vivendo agarrada<br />
na minha tristeza<br />
<br />
sai daqui!Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-78165977927024364322011-11-21T01:41:00.001-02:002011-11-21T01:45:29.739-02:00Feche os olhosVeja o sol que abrasa a segunda<br />
Num tom pastel sem vontade<br />
Com meia hora de adianto para o atrasado<br />
Sem ponto que pare ônibus<br />
<br />
Veja a sombra que clareia a segunda<br />
Num sem vontade que de tom<br />
Com atraso de meia hora para o adiantado<br />
Sem ônibus que avance o ponto<br />
<br />
Veja a semana que irá<br />
antes que a sexta chegue<br />
pelo teu nervoso querer<br />
livrar-se da segundaFernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-51575096109655566412011-11-11T23:00:00.001-02:002011-11-11T23:46:51.857-02:00Leve névoaNo finalzinho da lagoa<br />
bem pertinho da cachoeira<br />
onde os montes marcam um vale<br />
leve névoa apareceu.<br />
<br />
No finalzinho do caminho<br />
bem pertinho da floresta<br />
onde o monte esconde o mar<br />
raio de sol reapareceu.<br />
<br />
Aqui a bruma refresca<br />
as lembranças dos dias com ela.<br />
Lá o ar colhe e traz seu cheiro<br />
para perfumar a leve névoa.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-30941985896910791002011-09-17T21:59:00.001-03:002011-11-11T23:47:25.643-02:00Invólucros<div>
Os vasos de louça fina <br />
Onde guardei minhas melhores lembranças <br />
Partiram suas bases deixando para fora <br />
Todas as pétalas jazidas dos antigos jardins<br />
Ando agora com um cesto cru e de cipó <br />
Onde carrego frutos<br />
E donde lanço sementes. </div>Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-61455257455419230002011-08-24T08:17:00.001-03:002011-11-11T23:47:39.408-02:00Úmido<div>
Nesse dia enevoado<br />
O bom humor não se afeta<br />
A manhã se espreguiça<br />
O café se aroma<br />
E meu ver pela janela<br />
Encontra cores nas gotas<br />
Da garoa que passeia no jardim<br />
<br />
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihWmIgC1JQEaIo8LtJIMokteBn9ChGxg16buadPgphi_z2vMPZZVAPDOiRnff9omiKI0G3o-TQDWP1Q4iz0SF6fCw2aQIIGQ9wQsE-BV0phJO-F5Hh1sK3j-iABujcdpeNjGTQX2vxFqh1/" /></div>Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0Parque Municipal da Lagoa do Peri, Florianópolis - SC, Brazil-27.757286 -48.543736tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-50677386284371279572011-08-23T15:53:00.001-03:002011-11-11T23:48:00.803-02:00Raio de sol<div>
Vivo nos dias que fazem<br />
do passado um grito sem eco<br />
do futuro um querer sem fim</div>Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-36524876530872290442011-03-06T19:11:00.000-03:002011-11-11T23:48:24.509-02:00AdeusHoje<br />
Nesse dia malfadado<br />
Entreguei dos meus adeus<br />
O mais distante desejado<br />
Senti<br />
O que não havia esperado <br />
Sem nem ver os olhos teus<br />
Um sair sem gosto e geladoFernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-21888446942210239972010-12-30T10:34:00.000-02:002011-11-11T23:48:38.618-02:00Um brinde a burriceDedo nas teclas<br />
palavra espalhada.<br />
Mãos na cabeça<br />
vida ceifada.<br />
Poder só de um<br />
humanidade acabada.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-42253702751110608672010-12-28T13:35:00.002-02:002011-11-11T23:49:40.557-02:00O portal e PerlaPerla perguntou se eu conhecia a dor, aquela que contou ter descoberto também nos que já sofrem a falta do mínimo para viver. Chamou de angústa existencial e disse que todos possuem, quero dizer, em alguns momentos são possuídos por ela. Mas o nosso ônibus amarelinho que pára até fora ponto, esse que dá ar fresco forçado para privilegiados, fez força para a direita e venceu a inércia da reta. Essa curva descobriu o mar de um lado e um paredão cinza cor de pedra do outro. Nos olhos dela, inundados de horizonte, vi o portal do morro das pedras me isolando da urbanidade. Chegados à nossa realidade paralela de paraíso, quis reviver o transe único do horizonte bebendo naqueles olhos. Assim é que descobri o quanto pode ser intensa a angústia. Ao chegar em casa, sem poder enxergar os dela, cerrei os meus.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-53845696352387010162010-12-26T18:19:00.000-02:002011-11-11T23:50:02.357-02:00TagarelaSou dos parvos que não sabem o silêncio.<br />
Amo e desgosto notadamente.<br />
Já não quero saber explicar isso.<br />
Sei como desgosto e quanto amo.<br />
Sigo parvo e descabido.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-45109771381369088122010-12-03T17:06:00.000-02:002010-12-03T17:06:33.401-02:00Bolsa de homemMuitas vezes penso que sou um dos heterosexuais mais gays do meu tempo. Hoje vejo umm homem, comum, somente um homem, no mesmo espaço móvel em que estou. Ele carrega uma bolsa, dessas de se carregar pendurada por uma tira no colo. É velha e bem gasta. A minha é nova e não sinto inveja. Apenas gosto da bolsa dele, da calça xadrez, do jeito de ser comum. Não é feio nem bonito. É maior que eu. Comum, bem comum. Tudo que pensei ser de especial, caiu para minha terra. Nem cheguei a ser um homem comum ainda. Sou imaginação a mais, existência a menos. Estou bem com isso, com esse homem comum que vejo, que inquiro em minha mente. Quem olha para ele, além de mim? O que nele chama aquele ou aquela que olha? Será mais possível agora que eu me olhe melhor? Sei apenas que neste instante me vejo mais real, por olhar para o chão, voltado para mim, somado do ter visto o homem e a sua bolsa.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-64890390163240193112010-11-21T05:39:00.000-02:002010-11-21T05:39:38.892-02:00amenidadesOntem caminhei<br />
trilha, conversa<br />
uma lagoa com peri<br />
uma praia com pedras<br />
Hoje estou aqui<br />
madrugada, silencio<br />
um copo com café<br />
um homem com perdas<br />
Amanhã serei outro<br />
ônibus, trabalho<br />
uma baía com barcos<br />
um motor com gasolinaFernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-26201275890197682092010-11-14T00:12:00.000-02:002010-11-14T00:12:26.978-02:00IntangívelSeria perfeito<br />
Se aquilo que meu coração fala<br />
O teu ouvisseFernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-3402031287125555802010-11-06T20:57:00.000-02:002010-11-06T20:57:21.855-02:00NinguémAlguém conhece<br />
alguém que não conhece<br />
alguém?<br />
Você não.<br />
Eu também.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3578056768401733045.post-34642870144657011882010-10-27T09:12:00.002-02:002010-10-27T09:12:48.404-02:00A base aponta.Para o prazer da ponta a base aperta.Fernando Malheiros Dal Bertohttp://www.blogger.com/profile/05597658173022645032noreply@blogger.com0