5.4.12

Confissão de temporal

Existem -se penso, logo...- momentos em que a precedência de eventos naturais, por conseguinte obras donas de si e maiores que nossa força, moldam intenções de movimento. A vontade de acudir, no sentido de proteger pessoas que povoam nossas melhores vontades de permanência e de se acolher nelas ou com elas, cresce com a ampliação das percepções extra e sensoriais provocadas por grandes transformações ambientais. Sonhando assim, num prelúdio de ventania atemporal, vi:

'O vento soprou o cinza sobre minha casa, as folhas de bananeira roçavam o telhado num dizer de telégrafo rápido e preciso que despertava a atenção. Entre as pessoas que se agruparam em minha mente nos seus rumores e tipos de ser, estava você. Te vi com olho de foco perfeito, mesmo distante de mim te sabia cada linha de expressão. Por ser sonho real aceitei que o balé enérgico das ondas nem sequer te lançavam névoa. Com uma âncora firme presa a balsa que te deixara ainda mais sinuosa, tapetes macios acariciando os pés, cobertores e almofadas aqueciam esse teu canto. Num sorriso combinado com um olhar de quem espreita e, feminina, mira seu querer, me fizeste um convite para repousar em teus braços. Comemos amêndoas doces.'

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Seu tempo deixando seu recado é um pedaço da sua vida acrescendo a minha. Obrigado!