Deverei abandonar
O de dentro de meu casebre
Um todo ajuntado de cacos
Que trouxe junto com as jóias
Da minha memória
Gravada na laje de um rio
Preciso descer a correnteza
Abandonar um tanto o meu leito
Procurar na foz outras tantas águas
Serpentear por outras muitas terras
Cair do cume de outras cachoeiras
Acumular-me em montes de poços
Pois como posso querer
Quando vieres
Dar-te um punhado de pétalas
Se neste pátio descoberto que me tornei
As plantas já reclamam
A falta do jardineiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu tempo deixando seu recado é um pedaço da sua vida acrescendo a minha. Obrigado!