26.1.08

Do egoísmo em maior forma.

Fiz uma reflexão... a bem da verdade é só mais uma. Essa é sobre o egoísmo. E assim conto.
Disseram-me que esta é uma fraqueza, o egoísmo, maneira de querer para si e só para si, como quem se desimporta com o que fica. E olha que me assustei com a maior forma de egoísmo destacada, sim, pois me informaram ser o Amor. É, o amor. E forma dentro da forma a maior prova está no 'eu te amo'. Quase rejeitei de pronto manifestar a alguém sentimento por estes termos. Fui pensando e esse é um por assim dizer ir, que pela verdade meu traseiro grudou na cadeira; onde já se viu amar ser egoísmo. Mas quem se desocupa da sobrevivência, ou ativa o cérebro, ou desativa as idéias e eu fui pelo primeiro caminho. Comecei pelo que me pareceu mais óbvio e encontrei que quando proferido o 'eu te amo' a comunicação ansia resposta, que venha ela na perspectiva de um 'eu também' até um desmaio do supostamente amado ou algo mais criativo desde que assertivo. E se o amado corresponde se emenda aí mais perspectivas na linha do querer um beijo uma lágrima ou roupas se despindo do corpo. E se acontece esta correspondência soma o amante de querer a exclusividade do suposto amado em atenções e planos e sonhos e desinteresses e compreensões... calhando quase que se disponha obrigado, quem se imagina estar recebendo, à dispor sua vida empenhada neste dito amor recebido... hmmm, visto assim há de ser o amor realmente a maior empresa do egoísmo, pensei. E imenso mesmo, quando quer para si a vida, isso mesmo, a vida do outro que no momento da espetacular revelação poderia estar a pensar em sair e dividir um sorvete... hmmm, isso será deste jeito, ou serei forçado a aceitar que o declarante não pede nada em troca. Pedir, querer, dar, oferecer e ihhh, eu te amo é difícil de aceitar pois se está próximo de passivamente oferecer os braços e pernas aos grilhões do amante. Mas desviei um pouco, estava eu a contar do susto da revelação do maior transportador do egoísmo, que me atavinou saber-me um ser egoísta. Se não jogo pedras longe, também não limpo o triho. Assim passei a mão no altruísmo e com ele catei incondicional o egoísmo fechado em si, para lançá-lo distante do meu trilho, há egocentro que se não te apago te ludibrio. Pra você tão de atenção vou contar a minha idéia. Com um véu de cuidados transparentes, que é para não faltar luz nem esconder falsas intenções, envolvo o melhor que sinto no indizível signo amar e planando me aproximo do leito de quem muito me significa, sem bater de asas ronco de motores pás de hélices, que o intuito é passar desapercebido, chegando-me na hora do sono profundo ao peito parte do meu enteluzpazfelicidadesentidodavida, deixo ali ao lado para que não lhe atrapalhe o sono, o amor por mim cultivado. Talvez deixe um bilhete de brisa escrito com o brilho de meus olhos no refletir daquela lindeza, dizendo: É teu este amor, sem que te obrigues a guardá-lo e aceito devolução sem carecer justificativa nem datar prazo limite...

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